13
Set 09

Depois do balde de água fria de sexta-feira, penso que pouco mais tenho a fazer do que resignar-me à minha condição de fraca às teorias.


A um terceiro exame e a uma segunda oral, contínuo sem perceber o porquê de não conseguir passar à cadeira de deontologia. Sei que a falha é minha, mas onde realmente posso melhorar?
 

Estudei. Depois do estágio consegui encaixar as pontas soltas que tinha sobre a matéria. Mas, continuamente, encalho na explicação – escrita e oral – desta ciência crucial e balisar à prática (que quero tanto) como jornalista. Agora…Agora o que é que posso mais fazer, senão pagar mais um ano de propinas (em regime de tempo parcial) e fazer exame em Fevereiro ou Julho?
 

Que posso eu esperar mais como aspirante a jornalista se nem à disciplina crucial do curso consigo passar? Sinceramente estou desiludida. Tanto por esta falha redonda como também pela consequente falta à conferência do Rascunhos, na qual era oradora.

Como vou encarar os organizadores do evento depois desta falha? Como vou limpar a mancha do que ficou por fazer e não fiz? Da minha aceitação do convite e posterior falta como oradora? Que imagem passo agora aos demais estudantes que vieram ter comigo a pedir conselhos, perguntaram pela minha experiência no estágio no Público e me tomaram como exemplo? Como os poderei encarar agora depois de chumbar a uma cadeira tão importante desta minha formação académica?
 

Que raio de exemplo sou eu agora? De que me serve a paixão pelo jornalismo se é sem ela que faço o curso?


Sinceramente, acho que dei provas de que afinal nunca agi tão correctamente. Afinal fui mais sonhadora que terrena, num síndroma de Peter Pan, conhecem? Dei novamente motivos para os meus pais baterem as palmas e se dirigirem a mim com sorrisos num “então, não era este o caminho certo para ti, esse curso não interessa a ninguém, não devias ter ido para Coimbra”.
 

Penso agora que poderei ter-me enganado no curso, na escola, na cidade e na paixão! Dei-lhes motivo para abusarem dessa sua teoria e dei-lhes de mão beijada o que tanto queriam:
 

A minha desistência! Tenho mesmo que parar, ponderar tudo de novo. Reequacionar estes últimos três anos, esquecer as lutas que tive, as conquistas que fiz e descer deste pedestal.
 

Sempre me avisaram que quanto mais se sobe depois é maior a queda. E, neste momento, dei um tombo enorme. Estou dorida e magoada pela minha incompetência e inoperância. A sofrer pelo jornalismo que não mereço, que pensava ser bom para mim. Mas se nem a sua deontologia percebo e arrumo, como poderei ser alguma vez uma boa profissional?


 

Sinceramente já não sei o que pensar. Fico pendurada mais um ano. Pode ser que não seja assim tão mau.

 

historiado por vanessaquiterio às 15:11

Ambos sabemos que a culpa não é completamente tua. Beijo
João Cerca a 13 de Setembro de 2009 às 19:48

Vanessa Quitério
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