27
Mai 08



Entrevista a Carlos Fiolhais, director da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, sobre o facto da Biblioteca Geral disponibilizar algumas das suas obras via internet



Qual a razão que levou a Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra a disponibilizar algumas das suas obras online?
Os fundos de livro antigo da nossa Universidade são riquíssimos: integram centenas de milhar de volumes, alguns muito preciosos e muito raros. A Universidade quer dar a conhecer esses fundos através da Biblioteca Digital, que no final do ano deve ter mais de 4000 obras, provenientes de várias bibliotecas universitárias. Não é só a Biblioteca Geral, mas também a Biblioteca do Direito, das Letras e do Botânico, nas Ciências e Tecnologia. A divulgação dos conteúdos integrais pressupõe, claro, que não há direitos de autor. Por esse processo asseguramos a preservação dos originais. Estamos a seguir o moderno caminho das grandes bibliotecas espalhadas pelo mundo.


Como se pode aceder a essas obras?

Para as que já estão disponíveis basta clicar: http://web.bg.uc.pt/Bibliotecadigital/ ou http://bibdigital.fd.uc.pt/


Como tem sido a adesão por parte da comunidade estudantil da UC à consulta online de documentos?

Os jovens são muito receptivos a usar a Internet. Esperemos que usem cada vez mais as bibliotecas digitais disponíveis na rede. A adesão tem sido francamente boa. O Presidente da AAC, por exemplo, manifestou-se muito interessado nestes novas possibilidades das bibliotecas, havendo a intenção de melhorar cada vez mais os serviços prestados aos estudantes.


Que balanço faz desta iniciativa? De que forma a biblioteca online pode ajudar na pesquisa de informação por parte de estudantes e não estudantes?

O balanço é positivo e vai ser maior ainda quando alargarmos a iniciativa. Essa acção permitirá pôr à disposição dos estudiosos e do público em geral conteúdos que de outro modo teriam um acesso difícil ou mesmo impossível. Tornam a biblioteca antiga acessível em qualquer lugar.

Relativamente à criação do Arquivo on-line da UC, que vai estar disponível a partir de Junho, de que maneira pensa que este novo arquivo on-line pode vir a complementar o projecto desenvolvido pela Biblioteca Geral?

O acervo documental do Arquivo on-line da Universidade é de natureza distinta dos fundos antigos da Biblioteca Geral e das restantes Bibliotecas da UC, que virão a ser disponibilizados na Biblioteca Digital da UC. Deste modo, são duas fontes de informação distintas que, nalguns casos, se poderão complementar.

 

 

Coloca a hipótese de as duas bases de dados/consulta on-line virem a interagir futuramente?
Haverá todo o interesse em integrar o acesso à informação das duas bases de dados. A Universidade está a trabalhar de forma integrada na questão das bibliotecas, por meio do Serviço Integrado de Bibliotecas da Universidade (SIBUC), sendo muito bom o diálogo com o Arquivo.



Alguns links úteis:

Página pessoal de Carlos Fiolhais:
http://nautilus.fis.uc.pt/~cfiolhais
Blog "A Natureza das Coisas": http://dererummundi.blogspot.com/

 
 
historiado por vanessaquiterio às 07:22

13
Mai 08


Decorreu na Escola Superior de Educação de Coimbra, no passado mês de Abril, o primeiro Ciclo de Cinema e Jornalismo. Esta iniciativa esteve a cargo de um grupo de alunas do 2º ano do curso de Comunicação Social e contou com a exibição de oito filmes sobre Jornalismo, bem como de sessões de debates das quatro temáticas semanais. As temáticas desenvolvidas foram: A prática jornalística, Os Jornalistas, O quarto poder e História dos Media. Nas sessões de debate semanal estiveram presentes docentes da ESEC, bem como profissionais da área, de forma a esclarecer os temas abordados e a dar o testemunho directo do que se faz no jornalismo actualmente.



historiado por vanessaquiterio às 07:44

01
Mai 08


A tragédia do Kursk

O naufrágio do submarino Kursk ao largo do Mar de Barents faz 118 mortos e deixa toda a Rússia em choque.

Dia 12 de Agosto de 2000. Todos pararam petrificados em frente às televies e rádios. Via imagem ou som, a tragédia do naufrágio do submarino Kursk abalou o mundo e deixou a nu toda uma nação dita poderosa e que sempre defendeu um orgulho supremo nas suas capacidades. A Rússia estava ferida e a sua nação de luto pela tragédia que lhe matou 118 homens. Ao largo do mar de Barents, a norte da Rússia, o maior submarino nuclear da Marinha Russa encalhou a cerca de cem metros de profundidade. As águas geladas de Barents e o mar revolto do norte russo ficaram para sempre definidos pelo cenário horrível da provável explosão de um torpedo com defeito de um dos compartimentos do submarino. Esta melhor peça do arsenal bélico russo tinha apenas cinco anos de uso e estava num exercício naval; a tragédia não podia ter sido mais inesperada e horrível. A uma escala global a tragédia se fez sentir e durante a semana que se seguiu e que presidiu às tentativas de salvamento, todo o mundo esteve preso à esperança de resgatar alguém com vida. Somente um erro manchou todas essas tentativas infrutíferas de salvamento: a relutância da Rússia em aceitar a ajuda vinda dos EUA, da Inglaterra e da vizinha Noruega logo nos primeiros dias do desastre e, a posterior aceitação passados cerca de quatro dias. O orgulho ferido sobrepôs-se à necessidade imediata de ajuda para resolver a situação, custando assim aquelas imensas vidas e a tragédia que assolou toda a Rússia. As recusas de ajuda deveram-se ao facto da potência russa não permitir que se elevasse o facto de ter existido uma falha e de naquele momento não existir uma capacidade para resolver o naufrágio. Vladmir Putin estava de férias e assim continuou. Só passados alguns dias é que deliberou a aceitação dos pedidos de ajuda e assim accionou os mecanismos internacionais de salvamento. Já era tarde demais. Estima-se que os tripulantes do submarino tenham morrido logo após a explosão. Do resto pensa-se que tenha perecido por falta de oxigénio. Mesmo assim foi uma tragédia desumana, acidental e que deixou o mundo em estado de choque. Passados oito anos sobre a tragédia, a história do submarino Kursk ainda comove o povo russo e o mundo que, já habituado a grandes desastres humanos e naturais, se vai habituando a estas insólitas histórias.

historiado por vanessaquiterio às 12:16
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Vanessa Quitério
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