Algo que corta. Simples jogos de palavras, formas trocadas e muito sentimento. Não esperava um grande auditório do Centro de Congressos de Caldas da Rainha a abarrotar. E, num auditório a meio gaz, os A Naifa encheram bem as medidas. O grupo ainda não toca qualquer mortal, necessita de compreensão e um ponto de fuga. De escape, de dor. Porque no fundo cada música é pura, esconde em si uma história e as palavras, mais que mera música, são ainda uma mensagem. A Naifa foi um concerto bom, de memória.
todo o amor do mundo não foi suficiente porque o amor não serve
de nada. ficaram
só
os papéis e a tristeza, ficou só a amargura e a cinza dos cigarros e
da morte.
os domingos e as noites que passámos a fazer planos não foram
suficientes e
foram
demasiados porque hoje são como sangue no teu rosto, são como
lágrimas.
sei que nos amámos muito e um dia, quando já não te encontrar em
cada instante, cada hora,
não irei negar isso. não irei negar nunca que te amei. nem mesmo quando estiver
deitado,
nu, sobre os lençóis de outra e ela me obrigar a dizer que a amo
antes de a
foder.
_josé luís peixoto