A experiência de viver em comum com mais de quarenta pessoas
O ingresso no ensino superior acarreta inúmeros custos e muda radicalmente os hábitos quotidianos de qualquer estudante. Coimbra, a cidade dos estudantes por excelência, não foge à regra e ao longo dos anos tem desenvolvido infra-estruturas e apoios adequadas às necessidades dos novos alunos.
A experiência de entrar no ensino superior é algo que marca e que inicia uma nova fase na vida de qualquer estudante. O partilhar casa ou quarto com um grupo de amigos é algo comum na cidade de Coimbra, bem como em qualquer cidade universitária do nosso país. Mas partilhar um quarto com outra pessoa, num universo de mais trinta e oito pessoas é uma situação que nem todos percepcionam ou alguma vez experimentaram.
Atentos a esta situação e com vista a melhorar as condições de permanência de centenas de estudantes que ingressam o Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), os Serviços de Acção Social do IPC têm desenvolvido mecanismos de apoio social de forma a auxiliar os estudantes mais carênciados.
O objectivo destes serviços é favorecer um acesso fácil ao ensino superior e discriminar de forma positiva os alunos economicamente mais carenciados e/ou deslocados através da prestação de serviços de apoios pontuais.
De entre os apoios prestados destacam-se:
- Bolsas de estudo e auxílio de emergencia;
- Alojamento;
- Alimentação em cantinas;
- Serviços de saúde e de clínica geral;
- Apoio a actividades despotivas e culturais.
Ana Martins, aluna na Escola Superior de Educação, dá o seu testemunho sobre a sua vivência nas residências do IPC.
O número de candidaturas ao alojamento do Instituto Politécnico de Coimbra tem subido consideravelmente nos últimos anos. Segundo fonte dos Serviços de Acção Social do IPC, actualmente cerca de duzentos e setenta estudantes beneficiam deste tipo de apoio.
“É uma experiência agradável e que me ajudou a crescer, a ter que partilhar” refere Joana Pimentel, estudante da Escola Superior de Coimbra, que está nas residências do IPC deste Setembro.
Ana Martins, estudante de Comunicação Organizacional na ESEC desempenha o papel de delegada da R3 do IPC, na Quinta da Nora. Este cargo consiste na harmonização das relações interpessoais daqueles que auferem deste tipo de apoio e no auxílio em questões de ligação entre os estudantes e os SASIPC. “Há muita gente que não lida bem com a liderança”, refere. “ Tento fazer o meu melhor e ajudar no que puder”.
As redes de apoio social são também uma mais-valia para estes novos estudantes e um bem essencial para a sobrevivência e subsistência de muitos estudantes nesta nova fase. Cada vez mais os alunos que ingressam o ensino superior necessitam de apoios sociais e recorrem aos serviços de Acção Social das suas faculdades e Institutos. (ver quadro abaixo)
O projecto das residências nº3 do Instituto Politécnico de Coimbra foi uma obra dos arquitectos Gonçalo Afonso Dias e de Daniela Antunes. A sua construção ocorreu entre 1999 e 2000 a cargo do construtor Manuel Rodrigues Gouveia e custou cerca de dois milhões de euros.
A estrutura habitacional do IPC, composta por cinco blocos autónomos (só quatro é que servem de habitação a estudantes), faz a alusão às carruagens de um comboio descarrilado, criando assim a ilusão de um corpo único. A sua maqueta, da autoria dos já referidos arquitectos, foi integrada na exposição “Habitar Portugal 2003/2005”, estando em exposição no ano de 2006 no Cento Cultural de Belém.